Condenado o primeiro dos sete acusados pela morte do prefeito Celso Daniel

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Marcos Bispo dos Santos não compareceu ao Fórum: ele respondia o processo em liberdade e não foi encontrado para receber a intimação sobre o julgamento. Com isso, teve a prisão decretada.

Foi condenado nesta quinta-feira o primeiro dos sete acusados de participar do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel. O crime foi cometido há mais de oito anos na Grande São Paulo.

O lugar do réu ficou vazio. Marcos Bispo dos Santos, o acusado, nem pisou no Fórum. Ele respondia ao processo em liberdade, não foi encontrado para receber a intimação sobre o julgamento e teve a prisão decretada.

“Com essa medida, acho que ficou meio difícil o réu comparecer em plenário hoje. Ninguém compareceria pra ser preso”, conta o advogado dele, Adriano Marreiro.

Marcos é acusado de ter participado do cerco ao prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002. Segundo a Promotoria, Marcos dirigia o carro que vinha logo atrás daquele em que o prefeito estava e deu cobertura aos sequestradores. Ele teria também transportado a vitima até o cativeiro, numa favela de São Paulo.

Dois dias depois do sequestro, o corpo de Celso Daniel foi encontrado com marcas de tiros numa estrada de terra em Juquitiba, na Grande São Paulo.

A polícia concluiu que foi um crime comum. Os sequestradores estariam interessados no dinheiro do resgate. O Ministério Público discordou e a Justiça acolheu a tese de que o sequestro apenas encobriria o real objetivo: matar o prefeito.

“Foi morto porque ele se colocou como obstáculo a um grupo criminoso que dilapidava patrimônio publico, incomodando a vitima. Em razão disso, acabou sendo varrida do caminho por esse grupo criminoso”, explica o promotor de Justiça Francisco Cembranelli.

De acordo com o promotor, parte do dinheiro desviado foi para contas pessoais e outra parte foi destinada a campanhas do PT, o partido de Celso Daniel.

“Havia uma formação de um montante financeiro que iria, claro, sedimentar, patrocinar campanhas que estavam sendo lançadas, entre as quais a primeira campanha à presidência da República do presidente Lula. Mas é importante destacar que eu não considero um júri de ideologia partidária, não pretendo colocar partido algum sentado no banco dos réus. Isso é um crime de homicídio cometido por um bando organizado, um bando que merece punição”, diz o promotor.

A defesa de Marcos contestou a acusação: “Está sendo acusado injustamente, não cometeu o crime, não participou de nenhum evento que culminou com a morte do prefeito Celso Daniel”, fala o advogado da defesa.

Às cinco da tarde, os jurados foram para a sala secreta e levaram meia hora para tomar a decisão: Marcos Bispo dos Santos foi condenado.

“Estipulo a derradeira reprimenda neste patamar de 18 anos de reclusão”, decreta o juiz Antonio Hristov.

A defesa anunciou que vai recorrer da sentença. Dos outros seis acusados, quatro estão presos por outros crimes, um está foragido e o empresário Sérgio Sombra, apontado como o mandante do crime, está em liberdade. Eles esperam a decisão de um recurso em que pedem para não ir a júri popular.

Em Brasília, o presidente do Partido dos Trabalhadores contestou as afirmações do promotor Francisco Cembranelli: “É inadmissível que um promotor de Justiça, que é ciente do que diz a lei, faça uma acusação sem apresentar qualquer tipo de prova. Como ele fez uma afirmação, uma acusação grave contra o Partido dos Trabalhadores, nós aguardamos agora que ele apresente as provas da sua acusação, sob o risco de ele ter que responder judicialmente pelas suas acusações”, disse o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

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