A fabricante de automóveis General Motors levantou US$ 20,15 bilhões, nesta quinta-feira (18), na venda de ações em uma oferta pública inicial (IPO). Foram US$ 15,8 bilhões em ações ordinárias (ON) e US$ 4,35 bilhões em preferenciais (PN). Assim, o nível recorde esperado pela companhia não foi atingido — ela acreditava que as ações ordinárias superariam US$ 20 bilhões o que a colocaria à frente das vendas da Visa, de US$ 19,7 bilhões, em 2008. No início do pregão, a GM viu seus papéis subirem 5,3%, para US$ 35,25, em seu primeiro dia de negociação. O preço inicial dessas ações foi US$ 33.
Uma opção de lotes complementares pode impulsionar o total em ações ordinárias para US$ 18,1 bilhões, abaixo também dos US$ 22,1 bilhões levantados na metade de 2010 pelo Banco de Agricultura da China (AgBank), a maior oferta pública inicial de ações ordinárias da história.

Mesmo sem recorde, a maior parte das ações da companhia volta ao setor privado. A participação do governo dos EUA na empresa, assim como a do governo do Canadá e a do sindicato dos trabalhadores United Auto Workers, que socorreram a GM durante a crise, foi reduzida significativamente. Agora, a empresa perde o apelido que ganhou na época de “Government Motors” (Governo Motors, em inglês).

(Foto: Seth Wenig/AP)
No Brasil, a abertura da Bolsa de Nova York foi assistida via vídeo conferência pela presidente da General Motors do Brasil, Denise Johnson, o presidente da GM para a América do Sul, Jaime Ardila, e o vice-presidente de Comunicação e Relações Públicas, Marcos Munhoz, entre outros executivos da companhia e jornalistas. O largo sorriso estampado no rosto do chefe-executivo da GM, Dan Akerson, ao dar o sinal de início do pregão, foi símbolo de alívio.
“O marco de hoje nos enche de orgulho, a empresa volta a regularizar os negócios”, afirmou Marcos Munhoz. “Isso soa para nós como o fim do começo. Tivemos uma segunda chance e pouquíssimas empresas têm essa oportunidade”, destacou Ardila.
Ardila, que faz parte do comitê-executivo da sede da GM, participou de reunião com os principais investidores interessados nos papéis da empresa. Para ele, a alta demanda pelas ações acontece devido a quatro principais fatores. Primeiro, a estrutura mais enxuta de custos, o que inclui a passagem da responsabilidade dos planos de saúde para o sindicato local e o novo acordo com a organização, apontando que os funcionários contratados a partir da criação da nova GM passariam a receber salários de mercado, e não o estabelecido pelo acordo anterior (que ainda durará mais três anos).
O segundo motivo da confiança na GM, segundo Ardila, são os novos produtos, com destaque para o Volt, carro híbrido (com um motor elétrico, o principal, e outro a combustão), lançado neste ano e que teve "grande aceitação nos EUA". O terceiro é o fato de a GM ser a fabricante de veículos com maior presença no mundo: "é líder nos EUA, na América do Sul, no grupo dos Bric e na China", afirma o executivo. Por fim, a perspectiva para o futuro: "voltar a ser a maior empresa automobilística do mundo e a melhor".
18/11/2010 19h49 - Atualizado em 18/11/2010 20h23
General Motors levanta US$ 20,15 bilhões em vendas de ações
Volta da fabricante de veículos à bolsa de Nova York é marco histórico.
Ações ordinárias somaram US$ 15,8 bilhões no primeiro dia de negociação.
A fabricante de automóveis General Motors levantou US$ 20,15 bilhões, nesta quinta-feira (18), na venda de ações em uma oferta pública inicial (IPO). Foram US$ 15,8 bilhões em ações ordinárias (ON) e US$ 4,35 bilhões em preferenciais (PN). Assim, o nível recorde esperado pela companhia não foi atingido — ela acreditava que as ações ordinárias superariam US$ 20 bilhões o que a colocaria à frente das vendas da Visa, de US$ 19,7 bilhões, em 2008. No início do pregão, a GM viu seus papéis subirem 5,3%, para US$ 35,25, em seu primeiro dia de negociação. O preço inicial dessas ações foi US$ 33.
Uma opção de lotes complementares pode impulsionar o total em ações ordinárias para US$ 18,1 bilhões, abaixo também dos US$ 22,1 bilhões levantados na metade de 2010 pelo Banco de Agricultura da China (AgBank), a maior oferta pública inicial de ações ordinárias da história.

Mesmo sem recorde, a maior parte das ações da companhia volta ao setor privado. A participação do governo dos EUA na empresa, assim como a do governo do Canadá e a do sindicato dos trabalhadores United Auto Workers, que socorreram a GM durante a crise, foi reduzida significativamente. Agora, a empresa perde o apelido que ganhou na época de “Government Motors” (Governo Motors, em inglês).

(Foto: Seth Wenig/AP)
No Brasil, a abertura da Bolsa de Nova York foi assistida via vídeo conferência pela presidente da General Motors do Brasil, Denise Johnson, o presidente da GM para a América do Sul, Jaime Ardila, e o vice-presidente de Comunicação e Relações Públicas, Marcos Munhoz, entre outros executivos da companhia e jornalistas. O largo sorriso estampado no rosto do chefe-executivo da GM, Dan Akerson, ao dar o sinal de início do pregão, foi símbolo de alívio.
“O marco de hoje nos enche de orgulho, a empresa volta a regularizar os negócios”, afirmou Marcos Munhoz. “Isso soa para nós como o fim do começo. Tivemos uma segunda chance e pouquíssimas empresas têm essa oportunidade”, destacou Ardila.
Ardila, que faz parte do comitê-executivo da sede da GM, participou de reunião com os principais investidores interessados nos papéis da empresa. Para ele, a alta demanda pelas ações acontece devido a quatro principais fatores. Primeiro, a estrutura mais enxuta de custos, o que inclui a passagem da responsabilidade dos planos de saúde para o sindicato local e o novo acordo com a organização, apontando que os funcionários contratados a partir da criação da nova GM passariam a receber salários de mercado, e não o estabelecido pelo acordo anterior (que ainda durará mais três anos).
O segundo motivo da confiança na GM, segundo Ardila, são os novos produtos, com destaque para o Volt, carro híbrido (com um motor elétrico, o principal, e outro a combustão), lançado neste ano e que teve "grande aceitação nos EUA". O terceiro é o fato de a GM ser a fabricante de veículos com maior presença no mundo: "é líder nos EUA, na América do Sul, no grupo dos Bric e na China", afirma o executivo. Por fim, a perspectiva para o futuro: "voltar a ser a maior empresa automobilística do mundo e a melhor".

(SP) (Foto: Divulgação)
IPO não interfere operações no Brasil
No Brasil, Denise Johnson destaca a importância da volta da GM à bolsa dos Estados Unidos e do Canadá (também nesta quinta-feira) devido ao efeito psicológico sobre o mercado local, já que as operações aqui não são afetadas. “O impacto é apenas na percepção do público. A GM é uma empresa sustentável e isso é importante para o Brasil”, destaca a presidente da GMB.
Enquanto a matriz comemora o marco histórico, a General Motors do Brasil destaca seus resultados. De acordo com Munhoz, a empresa fechará 2010 com 660 mil unidades vendidas no país. O volume praticamente dobrou nos últimos cinco anos. Em 2005, haviam sido comercializados 365 mil veículos. São seis anos seguidos de crescimento. A última fase crítica da GM do Brasil foi a compreendida entre 2002 e 2004.
Para manter a lucratividade — a participação da GMB no faturamento total da companhia no ano passado foi de 8% — e a expansão das vendas, a montadora lançará quatro modelos totalmente novos em 2011 e mais seis em 2012. Os lançamentos encerram o ciclo de investimentos iniciado em 2008, de R$ 5 bilhões. “R$ 1 bilhão foi aplicado neste ano e R$ 2 bilhões em 2011, a etapa mais importante desses investimentos. Para 2012, só restará a parte destinada ao desenvolvimento de ferramental dos fornecedores”, detalha Ardila.
O próximo ciclo só será definido daqui dois anos, mas Jaime Ardila ressalta que será preciso aumentar a capacidade produtiva, que tem fôlego para atender a demanda até 2014. Além disso, ele quer que as operações de caminhões sejam retomadas no país.
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