O Banco PanAmericano - que era do empresário e dono do SBT, Silvio Santos, mas foi vendido no mês passado ao Banco Pactual - informou no balanço de resultados de 2010 que o prejuízo com a fraude que sofreu ficou em R$ 4,3 bilhões. A perda é muito maior que a que era estimada quando a fraude foi descoberta, R$ 2,5 bilhões. No documento, o PanAmericano afirma que “a complexidade dos mecanismos” que foram usados no esquema contra a instituição impediu a definição do momento exato em que começaram a ocorrer as irregularidades contábeis e dos controles internos do banco. Dado o tamanho do rombo, diz o comunicado do banco, é “impraticável e totalmente inviável fazer, de forma apropriada”, uma avaliação precisa de como foi realizado o golpe. No último dia 31, Silvio Santos concordou em se desfazer do PanAmericano e passá-lo para o BTG Pactual, do empresário André Esteves. Ele dará R$ 450 milhões pelo braço financeiro do dono do SBT. O PanAmericano foi salvo da quebra com recursos do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), uma entidade privada mantida pelos bancos que tem como principal função proteger parte dos depósitos dos clientes dos bancos. Entenda a fraude Em setembro, o BC descobriu uma fraude contábil no PanAmericano, então estimada em R$ 2,5 bilhões. O escândalo veio a público no início de novembro, quando toda a antiga diretoria foi demitida. Para receber o dinheiro do FGC, o empresário Silvio Santos entregou como garantia seu patrimônio pessoal. A maior parte dos executivos que compõem a nova direção foi indicada pela Caixa Econômica Federal, que comprou 49% do capital votante do PanAmericano no fim de 2009. O PanAmericano, que sempre teve como pilar as operações de crédito consignado e de financiamentos de veículos e de imóveis para as classes C e D, vendia carteiras de crédito para outros bancos - entre eles, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e HSBC -, mas não dava baixa no balanço. Como o banco não levantava os recursos para empréstimos por meio dos depósitos feitos por correntistas, ele vendia parte de suas carteiras, que são como um “pacote” de empréstimos que tem um prazo para ser totalmente devolvido. Como o banco quer o dinheiro no menor tempo possível, ele “vende” o prazo. Imagine um pacote de empréstimos que vale R$ 10, mas que será devolvido em R$ 1 por ano, ou seja, nos próximos dez anos. Para ter o dinheiro já, o banco vende tudo por R$ 5 agora, embolsa esse dinheiro e quem comprou assume o risco de os outros R$ 5 serem pagos. O que ocorreu foi que parte dessas carteiras, mesmo já repassada adiante, continuava entre os ativos do banco, sendo considerada como “pronta para ser vendida”. Mas, na verdade, ela não pertencia mais ao banco.
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Banco PanAmericano confirma rombo de R$ 4,3 bilhões
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
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