O ministro das Finanças da Irlanda, Brian Lenihan, admitiu nesta quinta-feira que o país vai precisar de ajuda externa para resolver sua grave crise fiscal e a alta dívida dos bancos.
'A maior dificuldade, claro, é que os bancos atingiram um tamanho tal que eles se tornaram inadministráveis demais para o Estado em si', disse Lenihan à emissora RTE. 'É por isso que nós devemos considerar assistência externa para estabilizar o nosso sistema bancário.'
'Eu certamente não tenho um sentimento de vergonha quanto a lutar duramente por este país nos últimos dois anos para garantir a sua sobrevivência financeira', afirmou o ministro.
Embora admita receber ajuda, o ministro irlandês afirma que números ainda não foram discutidos. Mais cedo, o Banco Central irlandês disse que esperava que o governo aceitasse um 'empréstimo bastante substancial', na casa das dezenas de bilhões de dólares.
Até essa terça-feira, tanto Lenihan quanto o primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, afirmavam que o país poderia sair da crise sozinho. No entanto, a Irlanda foi pressionada para aceitar ajuda econômica da União Europeia (UE) para evitar que outras nações da zona do euro fossem contaminadas.
Neste ano, a Grécia já recebeu auxílio financeiro da UE para evitar um colapso. Além da Irlanda, Portugal é outro país da zona do euro que causa preocupação, devido ao seu alto déficit público.
Um grupo de autoridades econômicas internacionais - entre eles, representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da UE - está em Dublin para discutir a crise da dívida da Irlanda.
O Banco Central Europeu, de cujos empréstimos as instituições da Irlanda têm grande dependência, também faz parte das negociações.
Mercados
A esperança com a aceitação de ajuda por parte da Irlanda causou otimismo nos mercados nesta quinta-feira. A bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta de 1,54%. O dólar comercial caiu 0,58%, sendo vendido a R$ 1,716.
Em Nova York, o índice Nasdaq teve alta de 1,55%, enquanto o Dow Jones fechou com alta de 1,57%. A bolsa de Londres registrou alta de 1,34%, enquanto Paris fechou com alta de 1,99%.
Fonte: BBC Brasil
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