Serra defende Indio e diz que vice é o mais bem preparado

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, fez nesta quinta-feira uma defesa enfática de seu vice, o deputado Indio da Costa (DEM-RJ), e desafiou sua rival petista Dilma Rousseff a explicar os laços do PT com as Farc.

"O Indio é melhor que os outros dois. Ele teve mais votos que o (Michel) Temer, que foi eleito pela repescagem", disse em entrevista à Rádio Guaíba nesta quinta-feira, referindo-se ao candidato à vice na chapa de Dilma.

Na opinião do tucano, seu companheiro de chapa é o mais preparado entre os candidatos a vice-presidente. Enquanto Indio teria sido escolhido por suas virtudes, o vice de sua principal adversária seria fruto de um "troca-troca" eleitoral.

"Lula não queria o vice, mas teve que engolir. É mercadoria. No nosso caso, é política e ideologia", disse Serra.

Em entrevista a um site do PSDB na semana passada, Indio ligou o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e ao narcotráfico. Nesta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concedeu direito de resposta ao PT pela afirmação de Indio sobre a ligação do partido ao narcotráfico.

Serra reafirmou que as relações entre a legenda e as Farc são evidentes e que o grupo guerrilheiro é "sequestrador, terrorista e corta cabeças".

Segundo o tucano, o PT está criando um factóide ao tentar dar ênfase às declarações de Indio enquanto deveria explicar sua proximidade com o grupo colombiano.

"Alguém viu um político (do PT), inclusive a Dilma, explicando a ligação do partido com as Farc?", questionou Serra.

Em Brasília, Dilma sugeriu que Indio pode gerar instabilidade caso a chapa PSDB-DEM seja eleita. Ela afirmou que escolheu Temer porque, se eleita, ele poderá assumir a Presidência quando ela viajar "sem criar nenhum tipo de confusão".

Para Serra, o PT é especialista em criar versões para a imprensa e remeteu à história do "dossiê dos aloprados", relatório feito por petistas na eleição de 2006 contra ele, que concorria ao governo paulista. "Jogar abaixo da cintura é prerrogativa petista", disse.

VOTOS E IDEIAS

A agenda de Serra incluiu uma rápida participação em um fórum do agronegócio, promovido pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) em que as críticas à adversária também deram o tom da conversa.

Serra tomou chimarrão, prometeu um seguro agrícola e criticou o governo federal e o MST. Na sua opinião, o atual modelo de reforma agrária é um "pretexto" para sustentar um movimento "socialista e revolucionário" com dinheiro público.

O candidato mostrou otimismo com seu potencial eleitoral no Rio Grande do Sul, onde lidera as pesquisas de intenção de voto, mas pediu empenho dos agricultores ligados à Farsul na conquista de votos.

"Tenho confiança de que vocês não só vão me dar as ideias de que preciso como também votos que, a curto prazo, preciso até mais que ideias", disse Serra.

O tucano esteve em Porto Alegre, deu entrevistas à rádios locais e participou de caminhada no centro da cidade ao lado de um pequeno público. Foi acompanhado por políticos do PSDB, PPS e PMDB. A governadora Yeda Crusius (PSDB) participou de apenas parte das atividades.

Serra também comentou a quebra do sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, feita por funcionário da Receita Federal. Considerou um crime que merece punição, mas não detalhou se seu partido tomará alguma medida neste sentido.

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