24/06/2010 10h17 - Atualizado em 24/06/2010 10h29 Polícia do Rio faz reconstituição da morte de homem com furadeira

Morador do Andaraí foi morto por policial que confundiu objeto com arma.
Ele estava no terraço de casa durante uma operação policial na área.

Polícia faz reconstituição no terraço da casa da
vítima (Foto: Alícia Uchôa / G1)

Peritos da polícia fazem na manhã desta quinta-feira (24) a reconstituição da morte do supervisor de vendas Hélio Ribeiro, no Andaraí, na Zona Norte do Rio. Ele foi morto há cerca de um mês por um policial do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que participava de uma operação no local, e confundiu a furadeira que ele usava com uma arma.

“Vamos tentar aqui retratar o mais fielmente possível o que aconteceu. Queremos saber se havia possibilidade de o policial escutar a furadeira, de a vítima ter ouvido o policial e se o policial, naquela distância, poderia distinguir uma arma de uma furadeira”, explicou a delegada Leila Goulart, da 20ª DP (Vila Isabel).

A reconstituição será feita em duas partes: uma para verificar a versão da mulher da vítima e outra para checar a versão do policial que atirou. Mas somente ela, segundo a polícia, participará efetivamente da ação. Como autor do crime, o policial não é, segundo a constituição brasileira, obrigado a produzir provas contra si mesmo.

Comandante Bope compara furadeira com arma
(Foto: Aluizio Freire/G1)

Como foi
Hélio Ribeiro foi morto no dia 19 de maio. Os policiais faziam uma operação no local, à procura de traficantes do Morro do Borel, na Tijuca, que estariam escondidos no Morro do Andaraí, perto da vila onde morava Hélio.

Ele estava no terraço usando uma furadeira e, segundo testemunhas, o policial do Bope atirou a uma distância de 40 metros, achando que a furadeira era uma arma. Hélio foi atingido e morreu.

Segundo a família, o policial atirou sem falar nada. Já a PM deu outra versão. Segundo capitão Ivan Blaz, do Bope, foi dado um grito de alerta para o morador, que fez um movimento brusco e o policial fez o disparo.